Todo mundo apressado para tomar banho, por a roupa de domingo e encontrar um lugar vago na janela do carro em dia de ir ao shopping . O pai segura o queixo no volante com o motor ligado, a mulher entra na porta ao lado, esbaforida, porque a mãe ficou horas e horas escolhendo o penteado e saiu com o cabelo preso. Continuo a seguir com o olhar a chuva que escorre aos pingos pela brecha da calha que molha meus braços. O carro acelera, passa uma, duas, três ruas, vira à esquerda, segue adiante, torna à direita, agora tem que parar no semáforo. Há garotos vendendo bala ali, mas o pai acelera sem dar chance para o garoto dizer que era só três por cinco. Lembro de mais cedo na praia, quando outro garoto com aquele mas sem qualquer semelhança estética com o mesmo passara vendendo bolsas. "Olha, que legal. desde pequeno já tá trabalhando. Tá de parabéns, hein!" o garoto ouve acanhado. "Quanto é a bolsa?" "É 30, senhora." "Faz por 20?" Ele não quer o...
Contos, crônicas e outras histórias