Quase uma da manhã. Acaba a bateria do computador e fica para outro dia o curtametragem que eu assistia. Tiro de dentro do esconderijo na mochila a caixinha amarela, o dromedário me olha de esguelho, como quem diz: "Este produto causa câncer, pare de fumar!" Volto os olhos para minha mão e ironizo: "Não aceito conselhos de um dromedário que se acha um camelo". Sigo adiante com o plano. Vou a cozinha e risco o isqueiro, a faísca sai tímida e nunca se transforma em chama. Volto para o quarto para elaborar um Plano B. Novamente na cozinha, perto do fogão prestes a fazer fogo, minha avó sai do quarto e eu bebo um copo d'água, depois de já ter bebido uma garrafa aquela noite. Na volta, ela me encara e não diz palavra. Penso nas palavras insinuadas pelo dromedário, mas já estou segurando um camelo entre os dedos médios. Acendo o fogão e depressa coloco o cigarro no fogo, num passo só já estou no meu quarto, com o coração acompanhando a velocidade dos pés e os olh...
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