Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2022

Noites Brancas

 Os pássaros me lembraram que eu deveria ir ao banheiro. Não por uma necessidade fisiológica mais por uma curiosidade de estar ali. Foi paixão à primeira vista. Aquele era o banheiro perfeito, com azulejo pequeno e oco, um espaço vago para encher de livros, tal qual Pierrot do Godard, tá ligado? Sento na privada e penso sobre a minha vida. Daqui a pouco vai amanhecer e talvez eu consiga fingir que dormi que nem um anjo. Volto para o quarto de taco e acho aquele apartamento ideal se um dia eu pudesse pagar um apartamento daquele. Aos pés da cama, ouço os pássaros e meus olhos guiam para a janela cercada pelas grades de proteção. Olho para a geometria disforme dos prédios que se avizinham com seus respectivos apartamentos e tento identificar um crime cometido às pressas assim que a manhã se espreguiça. Ah, se eu tivesse um binóculo!  Olho para o prédio em frente, as cortinas estão abertas e posso ver a sala-cozinha que fica na outra ponta da rua com um barril de Heineken em cima...

Cabeça do Fábio em 60 segundos

 Não sei, tô pensando em fumar um baseado pra começar bem o dia, acabei de fazer yoga, beijei meu cachorro, escrevi a parte que faltava do artigo... Coisa boa é maconha! Imagina morar na Califórnia, ou melhor, trazer algumas sementes pra cá, comprar o terreno mais alto da Toca, fazer uma casa lá, colocar a planta na terra, aproveitar as pirâmides arredondadas que nos circundam. Não, na verdade eu preciso é [pausa pra um trago] parar de fumar [outro trago] maconha. Ah, é complicado, acho que me deixa muito lesado e acaba por dificultar eu seguir minha rotina, Lembra, acordar, meditar, estudar, trabalhar e no fim da noite se divertir, levando um livro para cama. É isso, na verdade, já tô pensando em tudo isso, inclusive em escrever um livro. Está tudo esquematizado, meu primeiro livro tá pronto e agora ganhou uma continuação que não se passa no mesmo universo ou retoma personagens, ao mesmo tempo que é uma resposta ao próprio autor com um desfecho totalmente diferente mas com o mesmo...

Testando meu novo teclado

 Hoje a sorte no pôquer estava para meu lado, ou ao menos não contra mim como usual, eu diria. Acho que as forças me garantiram mais alguns dias de ocupação mental pelas tardes e noites. "O baralho é meu psicólogo" eu escreveria na boca de algum personagem de um livro qualquer se pintasse a oportunidade. Hoje fiz yoga e tô satisfeito com o relaxamento e até estive mais tranquilo com os pensamentos, mesmos os obsessivos, que era coisa comum e eu deveria separar um tempo para eles e não forçá-los para debaixo da cama. Estava dando certo, até que ontem por alguma razão hiperborlizada pela ressaca física e moral da última sexta, eu vi o carro dela há alguns passos... Estive pensando sobre a frase final do livro de Joyce, que cada vez mais a acho mais genial e, para você, leitor casual que caiu de paraquedas enquanto vasculhava um perfil aleatório no Instagram, está na biografia do meu perfil. "Sim, eu disse sim, eu quero sim!". A frase é o fim de um monólogo de Molly Bl...