Hoje a sorte no pôquer estava para meu lado, ou ao menos não contra mim como usual, eu diria. Acho que as forças me garantiram mais alguns dias de ocupação mental pelas tardes e noites. "O baralho é meu psicólogo" eu escreveria na boca de algum personagem de um livro qualquer se pintasse a oportunidade.
Hoje fiz yoga e tô satisfeito com o relaxamento e até estive mais tranquilo com os pensamentos, mesmos os obsessivos, que era coisa comum e eu deveria separar um tempo para eles e não forçá-los para debaixo da cama. Estava dando certo, até que ontem por alguma razão hiperborlizada pela ressaca física e moral da última sexta, eu vi o carro dela há alguns passos...
Estive pensando sobre a frase final do livro de Joyce, que cada vez mais a acho mais genial e, para você, leitor casual que caiu de paraquedas enquanto vasculhava um perfil aleatório no Instagram, está na biografia do meu perfil. "Sim, eu disse sim, eu quero sim!". A frase é o fim de um monólogo de Molly Bloom em um contexto difícil explicar por aqui. Mas a questão é:::: Essa frase é imortalizada na verdade na figura de Leopold Bloom, que pode ser considerado um pária na sociedade e sabe que todos pensam assim, mas persiste, inabalável, dizendo sim, inclusive saindo de sua casa no momento que descobre que sua esposa vai encontrar com o amante. Você caro leitor, que tem 70% de chance de estar a mais do que você cara leitora, podem estar rindo do pobre Leopold. Mas aí é que tá, por trás de uma triste covardia, está uma atitude mais nobre e heroica do que Ulisses, de sua inspiração. E não é um comentário de exagero, porque Joyce recupera (sabendo ou não) uma ideia que venho pensado por muito tempo, que está no transposta no conceito de Nietzsche de "amor fati". Que bem ou mal explicado, está simbolizando nessa aceitação dos fatos contra uma atitude mais combativa. Daí retomamos a discussão do personagem de Joyce e sua inspiração original de Homero.
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