Silêncio! Era o que dizia a placa na parede branca ao lado da porta também branca do quarto 312. Era o primeiro domingo do mês de março, dia de visita ao meu avô no hospital. Já fazia alguns meses que eu ia vê-lo desde que teve que ser internado por um problema sério do coração. Desde então ele ficara no 312, em que cada dia um de seus filhos e netos passava uma tarde com ele, enquanto isso ele tinha a companhia de Anita, uma jovem pouco mais velha que eu que ficava de acompanhante pelo dia e Gilmar e seus bigodes, que em poucos minutos já estava babando na poltrona bege até que a manhã chegasse. Eu gostava de ir aos domingos e levar chocolate e balas de caramelo escondidas nos bolsos. Quando eu chegava meu avô, ainda olhando para a janela balançava os braços para a Anita e dizia: - É o Pedrinho, não é? - Sem esperar a resposta dela com o pescoço buscando a porta mas o corpo ainda para o outro lado dizia com um sorriso: - Pedrinho, é hoje que nosso timão ganha! Estou com es...
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