Sempre fui das terças-feiras. Não sei muito bem o motivo, talvez seja porque são vários ou realmente nenhum. Mas lembro-me que quando frequentava ainda o ensino fundamental, na única escola que frequentei em minha cidade, gostava das terças simplesmente porque quase todos os anos coincidia como o "dia da aula de educação física", ou seja, dia de no início da aula já conversar entre meninos e meninas, quem iria jogar e com quem. Nas minhas turmas, pelo que eu me lembre, as garotas sempre gostavam de jogar, o que deixava um espaço maior para o futebol menos agressivo e mais charmoso. Claro, o charme não era regra. Muito menos a pacificidade.
Mas era sempre bom escapar da sala, depois de ficar alguns minutos impacientes com a demora ou a conversa do professor ao celular antes da aula que o fazia dar gargalhadas, enquanto desesperados queríamos logo nos libertamos das carteiras e da lei do silêncio, extravasando a poucos metros dali, na pequena quadra poliesportiva. Bons tempos. Talvez também goste, pois voltando no calendário, há algum tempo, percebi que eu havia nascido numa terça-feira. No momento, não precisei de maiores convencimentos para eleger às terças-feiras como os melhores dias da semana. Os outros são normais, muitas vezes sem-graça, alguns salvam-se por algumas horinhas, como as noites de quarta e as tardes de domingo de futebol na TV. O que não gosto mesmo, é um dia que talvez seja o melhor para os outros, nunca para mim: o sábado que eu frequento toda semana. Sempre foi um dia muito chato, desde a infância. Sem escola, não encontraria com os amigos. Na TV em casa, pé-de-galinha, que não possuía mais que 7 canais, sendo que dois eram indiferenciáveis entre si, pela má qualidade do vídeo, não passava nada além de receitas que-ninguém-faz e programas evangélicos. Não havia computadores, nem smartphones. Sequer pensaria que havia internet sem fio.
Era um dia que não terminava. Nem mesmo à noite era legal. Ainda novo saía, algumas vezes, tendo que voltar claro bem antes da meia-noite. Destino? Girar em volta da praça, como todos os outros e torcer para coincidir com algum conhecido girando no sentido contrário. Depois de alguns anos, internet e celulares já faziam parte do meu cotidiano. O sábado entendiante como sempre, só parei mesmo de sair à noite. Não gostava muito de andar pra um lugar ou trocar algumas palavras com as poucas pessoas que convivia na escola, mas que andavam de um jeito bem mais arrogante ali, com seus copos descartáveis de eles-mesmos-não-sabiam-o-quê com algumas pedras de gelo, que os faziam mudar o copo de mão a todo instante. Ali não queriam conversar com os caretas como eu, que por muito tempo preferi deixar meu corpo livre das toxinas alcoólicas.
Hoje, já um pouco mais velho, longe da praça e daquelas pessoas, mas apreciando a solidão de ficar em casa. Às vezes me sinto parte das coisas e sufocado pelos móveis e pela poeira que anda por baixo deles. Mas sábado, é ruim. Ou é mesmo algo pessoal que eu tenho com o dia. Não sei, só sei que não gosto. Enfadado do sétimo dia da semana, escrevi para passar para domingo e cá estou. Não é a melhor das hipóteses, mas já me sinto melhor, ás quatro da tarde começa o futebol. Quer dizer, agora às cinco... Maldito horário de verão!
Mas era sempre bom escapar da sala, depois de ficar alguns minutos impacientes com a demora ou a conversa do professor ao celular antes da aula que o fazia dar gargalhadas, enquanto desesperados queríamos logo nos libertamos das carteiras e da lei do silêncio, extravasando a poucos metros dali, na pequena quadra poliesportiva. Bons tempos. Talvez também goste, pois voltando no calendário, há algum tempo, percebi que eu havia nascido numa terça-feira. No momento, não precisei de maiores convencimentos para eleger às terças-feiras como os melhores dias da semana. Os outros são normais, muitas vezes sem-graça, alguns salvam-se por algumas horinhas, como as noites de quarta e as tardes de domingo de futebol na TV. O que não gosto mesmo, é um dia que talvez seja o melhor para os outros, nunca para mim: o sábado que eu frequento toda semana. Sempre foi um dia muito chato, desde a infância. Sem escola, não encontraria com os amigos. Na TV em casa, pé-de-galinha, que não possuía mais que 7 canais, sendo que dois eram indiferenciáveis entre si, pela má qualidade do vídeo, não passava nada além de receitas que-ninguém-faz e programas evangélicos. Não havia computadores, nem smartphones. Sequer pensaria que havia internet sem fio.
Era um dia que não terminava. Nem mesmo à noite era legal. Ainda novo saía, algumas vezes, tendo que voltar claro bem antes da meia-noite. Destino? Girar em volta da praça, como todos os outros e torcer para coincidir com algum conhecido girando no sentido contrário. Depois de alguns anos, internet e celulares já faziam parte do meu cotidiano. O sábado entendiante como sempre, só parei mesmo de sair à noite. Não gostava muito de andar pra um lugar ou trocar algumas palavras com as poucas pessoas que convivia na escola, mas que andavam de um jeito bem mais arrogante ali, com seus copos descartáveis de eles-mesmos-não-sabiam-o-quê com algumas pedras de gelo, que os faziam mudar o copo de mão a todo instante. Ali não queriam conversar com os caretas como eu, que por muito tempo preferi deixar meu corpo livre das toxinas alcoólicas.
Hoje, já um pouco mais velho, longe da praça e daquelas pessoas, mas apreciando a solidão de ficar em casa. Às vezes me sinto parte das coisas e sufocado pelos móveis e pela poeira que anda por baixo deles. Mas sábado, é ruim. Ou é mesmo algo pessoal que eu tenho com o dia. Não sei, só sei que não gosto. Enfadado do sétimo dia da semana, escrevi para passar para domingo e cá estou. Não é a melhor das hipóteses, mas já me sinto melhor, ás quatro da tarde começa o futebol. Quer dizer, agora às cinco... Maldito horário de verão!
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