Não sei você, mas acho a historiografia um mar de academicismo. Não vou tentar explicar o que designa a história, História e estória. Faltei na última aula de teoria. Não é sobre isso também que quero escrever. Quero me ater a literatura produzida por historiadores sobre a História, que aqui chamarei de historiografia.
Foi fascinante entender que a velha história de "descobrimento do Brasil" é uma das inúmeras visões, e uma das mais rasas por sinal, sobre a chegada e permanência dos portugueses no Brasil. Pena, que nos meus últimos dez anos de escola, aquilo foi uma de minhas únicas certezas, sim, "eu sei quem descobriu o Brasil", foi por água a baixo. O choque nem é por entender que a "descoberta do Cabral" não foi bem o que estava nos livros de história que recebemos, mas sim, que caso não estivesse cursando a graduação de História, conviveria com essa distorção, talvez, pelo resto da vida. Entender que "não era bem assim" não me incomoda por destruir minhas certezas e encher-me de dúvidas e suposições, mas sim, que o conhecimento histórico fique restrito a um número ínfimo de pessoas, as mesmas que torcem o nariz nos comentários de senso comum sobre a História e se envaidece por artigos publicados em revistas especializadas.
O historiador, em seu íntimo e às vezes, publicamente, se vangloria por "possuir" o conhecimento para si, de falar para poucos e de rechear sua escrita com vocabulário técnico, cheio de rodeios e claro, nunca sem esquecer de colocar autores renomados e difíceis (na dúvida, opte pelos alemães). É por mera conveniência e alguma proximidade com o campo de pesquisa, que trato em grande parte do texto sobre a História, mas que poderia ser aplicado a qualquer outro campo. Aliás, ouvi dizer por aí, que físicos, químicos e biólogos, são ainda mais chatos, com seu jeito de se fazer a "verdadeira ciência". Segredo nosso, mas já vi casos desses cientistas provarem algo, só porque era patrocinado por interesses de grandes redes empresariais.
Não estou falando que pesquisas e pesquisadores da História são fúteis e desnecessários. Acredito ser um trabalho de grande importância para a sociedade, um autoconhecimento fundamental sobre um período que não pudemos viver e também, entender um pouco sobre nosso presente e quiçá o futuro. Penso que estudar o passado pelo passado não deveria ser ciência e sim, do ramo de curiosidades. O que desejo é que o ofício do historiador, circule mais, para além dos bancos da universidade e sim nas praças, conversas e almoços de família. Enquanto estiver restrito a métricas de linguagem e normas ABNT a História não cumprirá seu papel social. Deixe um pouco de lado a métrica incompreensível da academia e preocupe-se em transmitir com facilidade o conhecimento para todos. Não inventei tudo isso, tirei do primeiro livro que foi me mandado ler na universidade como essencial, Apologia da História, que Marc Bloch mesmo em situação hostil de guerra, não esquece de tratar que o historiador deve "saber falar, no mesmo tom, aos doutos e aos estudantes" e reitera que "simplicidade tão apurada é privilégio de alguns raros eleitos."
Foi fascinante entender que a velha história de "descobrimento do Brasil" é uma das inúmeras visões, e uma das mais rasas por sinal, sobre a chegada e permanência dos portugueses no Brasil. Pena, que nos meus últimos dez anos de escola, aquilo foi uma de minhas únicas certezas, sim, "eu sei quem descobriu o Brasil", foi por água a baixo. O choque nem é por entender que a "descoberta do Cabral" não foi bem o que estava nos livros de história que recebemos, mas sim, que caso não estivesse cursando a graduação de História, conviveria com essa distorção, talvez, pelo resto da vida. Entender que "não era bem assim" não me incomoda por destruir minhas certezas e encher-me de dúvidas e suposições, mas sim, que o conhecimento histórico fique restrito a um número ínfimo de pessoas, as mesmas que torcem o nariz nos comentários de senso comum sobre a História e se envaidece por artigos publicados em revistas especializadas.
O historiador, em seu íntimo e às vezes, publicamente, se vangloria por "possuir" o conhecimento para si, de falar para poucos e de rechear sua escrita com vocabulário técnico, cheio de rodeios e claro, nunca sem esquecer de colocar autores renomados e difíceis (na dúvida, opte pelos alemães). É por mera conveniência e alguma proximidade com o campo de pesquisa, que trato em grande parte do texto sobre a História, mas que poderia ser aplicado a qualquer outro campo. Aliás, ouvi dizer por aí, que físicos, químicos e biólogos, são ainda mais chatos, com seu jeito de se fazer a "verdadeira ciência". Segredo nosso, mas já vi casos desses cientistas provarem algo, só porque era patrocinado por interesses de grandes redes empresariais.
Não estou falando que pesquisas e pesquisadores da História são fúteis e desnecessários. Acredito ser um trabalho de grande importância para a sociedade, um autoconhecimento fundamental sobre um período que não pudemos viver e também, entender um pouco sobre nosso presente e quiçá o futuro. Penso que estudar o passado pelo passado não deveria ser ciência e sim, do ramo de curiosidades. O que desejo é que o ofício do historiador, circule mais, para além dos bancos da universidade e sim nas praças, conversas e almoços de família. Enquanto estiver restrito a métricas de linguagem e normas ABNT a História não cumprirá seu papel social. Deixe um pouco de lado a métrica incompreensível da academia e preocupe-se em transmitir com facilidade o conhecimento para todos. Não inventei tudo isso, tirei do primeiro livro que foi me mandado ler na universidade como essencial, Apologia da História, que Marc Bloch mesmo em situação hostil de guerra, não esquece de tratar que o historiador deve "saber falar, no mesmo tom, aos doutos e aos estudantes" e reitera que "simplicidade tão apurada é privilégio de alguns raros eleitos."
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