O círculo começou a orar. Eu sentava a esquerda, como se o outro lado daquele cômodo estreito pudesse me impedir de chegar à porta. As vozes não eram muitas, mas faziam crescer a vibração com o coro potente e ritmado. Há meses vislumbrava o momento. Estava ali. Havia uma segurança desde o início, ainda que se cobrava uma reflexão maior e de uma natureza distinta da apresentada anteriormente. É doce. E me disseram que era amargo. Voltamos para as orações cantadas e a chuva caía caía. Os toques de instrumentos estrangeiros guiavam a cerimônia, enquanto a ansiedade do não acontecer atrapalhou o foco, que passou desapercebido por todos.
Sim, dai-me. E quando recebi e voltei para o centro, senti um riso brotando entre os lábios enquanto eu procurava estar sério. Um fio de tensão percorreu a espinha. Aceite o que você pediu. E vi as letras voarem para fora da folha que restou branca. E conversei com um sábio com voz mansa.
Tente olhar para frente e se guiar pela respiração. Houve um momento de compreensão total de toda a existência. E ria de se saber tolo. Sim, estava tudo bem. Todos poderiam conversar sem dizer uma palavra e ter acesso a outros sistemas de pensamento. As mãos se incendiaram de um brilho mágico. Era ali que estava a ferramenta.
Os olhos se amaram num segundo que carrega o eterno. As fronteiras se expandiram de forma que a régua antiga para medir é como se pedra. Não há retorno. Os mapas se fundiram em hemisférios distintos.
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