Desde que tinha cinco ou seis anos peguei o chuveirinho e senti a água morna driblar as dobras de minhas pernas, senti que seria isso. Como num daqueles insights que temos nessa idade, quando andamos despreocupadamente ao lado de nossa mãe, sem saber que somos pequenos e num descuido olhamos para o céu atrás de um avião que passou baixo, pensamos: "Eu sou eu. Eu sou eu!" Não como um brado narcisista que indicaria que ninguém no mundo seria comparável a você, mas como um grito de consciência, uma a percepção que somos nós e não outra pessoa e que todas as outras pessoas, ou pelo menos a maioria delas, têm a consciência de que há muitas pessoas refletindo sobre a descoberta de suas consciências. Há uma infinidade de consciências ligadas ao pensamento, mais primário depois da fome e sede, que é o da reprodução por meio do sexo. Apesar de me interessar pela Biologia não vejo valor no fim em si, ou seja as necessidades fisiológicas e a condição natural do ser humano d...
Contos, crônicas e outras histórias