E ela passa... Há todo um frisson, um lamento, um grito seco que preenche o espaço por alguns segundos. uma bola passou a quatro centímetros da trave esquerda de um jogo de futebol. No outro dia, estarão discutindo aquele lance em diversos ângulos e sempre sisudos, com expressão grave, como se tudo naquele intervalo do dia assumisse a irresponsabilidade de um gol perdido. Como se gosta de criar emoções e sempre à procura de sua própria briga de galos. E depois registrar. Sempre registrar e inventar uma nova possibilidade de descoberta efêmera. Sempre à procura de criar emoções em suas diversas formas. É assim também com as artes como tudo, sempre uma insensatez, uma exortação, uma briga de galos. E existem tantas. É sempre no passado aquele orgasmo. Os dias passam passam. Há muito que se fazer daqui e dali, mas tudo seguem num ritmo como se nada passou, como se as horas tivessem sido usurpadas. A vida é longa mas o tempo míngua. Penso no livro de Carolina e no presente aquel...
Contos, crônicas e outras histórias